Em todas as ruas te encontro em todas as ruas te perco conheço tão bem o teu corpo sonhei tanto a tua figura que é de olhos fechados que eu ando a limitar a tua altura e bebo a água e sorvo o ar que te atravessou a cintura tanto tão perto tão real que o meu corpo se transfigura e toca o seu próprio elemento num corpo que já não é seu num rio que desapareceu onde um braço teu me procura Em todas as ruas te encontro em todas as ruas te perco Mário Cesariny |
Vou à estante desarrumar, destacar, desviar a poesia que incomoda nos livros fechados.
maio 31, 2006
maio 28, 2006
Quentura
maio 25, 2006
Por TIMOR
Mar Meu Pudesse eu Prender entre os dedos Os suspiros do mar E distribui-los Às crianças Pudesse eu Acariciar com os dedos A suave brisa das ondas E sentir cabelos De crianças Pudesse eu Sentir nos dedos O beijo das espumas E ouvir risos De crianças Pudesse eu Tocar com os dedos O sono do mar E embalar os olhos De crianças (...) Oh, mar meu! Porque esperas? Porque não dás? Porque não sentes? Porque não ouves? (...) Xanana Gusmão |
maio 23, 2006
Que bom adormecer assim:
Canção para a minha filha Isabel adormecer quando tiver medo do escuro
Nem sombra nem luz
nem sopro de estrela
nem corpinhos nus
de anjos à janela
nem asas de pombos
nem algas no fundo
nem olhos redondos
espantados do mundo
nem vozes na ilha
nem chuva lá fora
dorme minha filha
que eu não vou embora
Lobo Antunes
maio 20, 2006
12 anos depois
maio 18, 2006
Laços? Limites?
maio 17, 2006
O que é voar?
É só subir no ar,
|
maio 15, 2006
Podia ter sido neste telhado!
Segunda
Quando foi que demorei os olhos
sobre os seios nascendo debaixo das blusas,
das raparigas que vinham, à tarde, brincar comigo?...
... Como nasci poeta,
devia ter sido muito antes que as mães se apercebessem disso
e fizessem mais largas as blusas para as suas meninas.
Quando, não sei ao certo.
Mas a história dos peitos, debaixo das blusas,
foi um grande mistério.
Tão grande
que eu corria até ao cansaço.
E jogava pedradas
a coisas impossíveis de tocar,
como sejam os pássaros quando passam voando.
E desafiava,
sem razão aparente,
rapazes muito mais velhos e fortes!
E uma vez,
de cima de um telhado,
joguei uma pedrada tão certeira,
que levou o chapéu do senhor administrador!
Em toda a vila,
se falou, logo, num caso de política;
o senhor administrador
mandou vir, da cidade, uma pistola,
que mostrava, nos cafés, a quem a queria ver;
e os do partido contrário,
deixaram crescer o musgo nos telhados
com medo daquela raiva de tiros para o céu...
Tal era o mistério dos seios nascendo debaixo das blusas!
Manuel da Fonseca
Um presente!!!
Hoje, recebi um presente. Daqueles maravilhosos presentes que nos surpreendem… Ele correu saltitando até mim. Espreitei para o bolso do inquieto garoto. Olhei com cuidado… já esperava alguma surpresa. Magnífico: uma mão cheia de recortadas folhas, terra ou areia e mais de vinte pequenos caracóis. Fiz uma careta, mas não devia, deve ter demorado muito tempo a recolher aqueles tesouros. Que prenda magnífica! Nada me poderia provocar um sorriso mais intenso! Devemos sempre agradecer os presentes da vida. adc |
maio 14, 2006
Ai, Deus, e u é?
Ai, flores, ai, flores do verde pino
Ai, flores, ai, flores do verde pino, se sabedes novas do meu amigo?
Ai, Deus, e u é?
Ai, flores, ai, flores do verde ramo, se sabedes novas do meu amado?
Ai, Deus, e u é?
Se sabedes novas do meu amigo, aquel que mentiu do que pôs comigo?
Ai, Deus, e u é?
Se sabedes novas do meu amado, aquel que mentiu do que mi à jurado?
Ai, Deus, e u é?
Vós me preguntades polo vosso amigo?
E eu ben vos digo que é sano e vivo.
Ai, Deus, e u é?
Vós me preguntades polo vosso amado?
E eu ben vos digo que é vivo e sano.
Ai, Deus, e u é?
E eu ben vos digo que é sano e vivo e seerá vosco ante o prazo saido.
Ai, Deus, e u é?
E eu ben vos digo que é vivo e sano e seerá vosco ante o prazo passado.
Ai, Deus, e u é?
D. Dinis
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