setembro 13, 2007

Ensaio à volta da espera 1

Tal qual aranha na teia... aguarda-se...

Uns partem, outros chegam.
Vidas, perfis, caminhos vários, assim como a sua aparência, cor de cabelo, inclinação do nariz...


Têm conversas de conteúdo diverso: viagens, transportes, saúde, futuro e silêncios de conteúdos distintos.
Olhares que se evitam por não se conhecerem, por nem quererem conhecer-se.


Como passa o tempo na sala de espera?
Lê-se o jornal, a revista feminina, desloca-se à máquina de café (muito açúcar, pouco açúcar e sem açúcar não?!). Atenção à chamada na coluna de som ou directamente pelo técnico de serviço. Espreita-se à janela, fala-se dos minutos de atraso.
Na sala de espera, as expressões são de apreensão, impaciência, inquietação, (sala de) desespero.

Os minutos passam. Alguns sorrisos registam-se pelo término da espera dos acompanhantes , pelo final do exame do enfermo ou pela chegada da sua vez.

Pouco a pouco a sala de espera esvazia-se... Ainda há braços apoiados à espera, pernas cruzadas, pés que abanam, passos que se repetem no corredor.
Pouco a pouco os estômagos também se esvaziam!


Mais conversas de circunstância vão preenchendo sem sucesso a demora.

Entretém-te a observar o espaço, tal qual aranha na teia... pacientemente até capturar a alma das personagens, o espírito da sala de espera...

adc

3 comentários:

£ou¢o Ðe £Î§ßoa disse...

Fizeste-me lembrar o estar num elevador. O estar sem saber estar...

Até outro instante

Ni disse...

Sala(s) de espera(s)...
Salas de cheias de um vazio estranho... impregnado de tanto... de quase tudo. Difícil de entender e sentir(-nos).

Bjinhos

Zé Miguel Gomes disse...

E ficamos assim, como se o tempo esperasse por nós...

Fica bem,
Miguel