Faz-me o favor de não dizer absolutamente nada!
Supor o que dirá
Tua boca velada
É ouvir-te já.
É ouvir-te melhor
Do que o dirias.
O que és não vem à flor
Das caras e dos dias.
Tu és melhor - muito melhor!-
Do que tu. Não digas nada. Sê
Alma do corpo nu
Que do espelho se vê.
Mário Cesariny
Vou à estante desarrumar, destacar, desviar a poesia que incomoda nos livros fechados.
novembro 26, 2006
novembro 16, 2006
novembro 15, 2006
Ninguém
Procuram sem encontrar, os olhos de ninguém
Olhos de mãe fitam sem pestanejar
Arrefecem sem querer, as mãos de ninguém
Mãos de mãe aquecem até adormecer
Penduram brincos só para se ver, os ouvidos de ninguém
Ouvidos de mãe sem ouvir vão compreender
Enche-se do falso perfume de boiões, o nariz de ninguém
Nariz de mãe sente o aroma de preocupações
Insípida ao beijar, a boca de ninguém
Boca de mãe não come sem alimentar
Ninguém, vive a mentir
Olhos de mãe fitam sem pestanejar
Arrefecem sem querer, as mãos de ninguém
Mãos de mãe aquecem até adormecer
Penduram brincos só para se ver, os ouvidos de ninguém
Ouvidos de mãe sem ouvir vão compreender
Enche-se do falso perfume de boiões, o nariz de ninguém
Nariz de mãe sente o aroma de preocupações
Insípida ao beijar, a boca de ninguém
Boca de mãe não come sem alimentar
Ninguém, vive a mentir
Mãe não vive sem sentir
adc
Marés vivas
Marés vivas
Águas turbulentas
Agitação
Ondas de ansiedade
TempestadeInquietação
No suceder de segundos infalívelEnche as ruas de águaEnche minh'alma de mágoaEscoa pelas sarjetasEscoam lágrimasAtracçãoPelo incerto, pela desgraçaPelo ínfimo espaço abertoEscorre por entre fraquezaEntranha na pele indefesaPor dentro amassaSeca tudoA maré acalmaTranquilizaSeca também a almaPor alguns instantesJamais será antes
adc
novembro 06, 2006
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