novembro 27, 2007

Reticências


Somos equidistantes pontos em dimensões diversas.
Com paralelas intenções em matriz desigual.
Em equilíbrio deslocas-te, em ciclo, simetria.
Encontro-te em linha diagonal, vertical, horizontal.
Qualquer língua sem fronteira, pronunciamos com limite.
Corpos submersos e razão vadia...
Marcados na pele, nos gestos, aroma, olhar sem névoa ou bruma.
Riscados, rabiscados em cada página, rasurada a escrita e a imagem.
Plena de reticências... vazia de ser, de estar...
Profere qualquer palavra que se preze, registe e não suma.
Abriga-me no canto da folha, dentro de ti e fora da margem.


adc

novembro 11, 2007

Vislumbres instantâneos do que foi real... fotografia polaroid esbatida pelo tempo. O pretérito é já ficção.

adc

novembro 01, 2007

Registo

Abri o livro
e deixei-te registar a tua presença, a tinta permanente.
Com lacre selaste a página,
como se este fosse teu abrigo.
Rodeaste-me, sublinhaste-me, atribuí-te esse poder.
Permiti-me corpo sentido e razão ausente,
melodias, rasgos de luz, raios de sol... Ninguém imagina.
Colori imagens, fragmentos da vida
a guache azul e sol purpurina.

adc